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O que é: Abandono de incapaz

O abandono de incapaz é um crime previsto no Código Penal brasileiro, mais especificamente no artigo 133. Ele consiste em deixar uma pessoa incapaz, que esteja sob sua responsabilidade ou cuidado, desamparada, sem os devidos cuidados e assistência necessários para sua sobrevivência e bem-estar.

Esse crime pode ser cometido por qualquer pessoa que tenha o dever legal ou contratual de cuidar de um incapaz, como pais, tutores, responsáveis legais, cuidadores, entre outros. O abandono de incapaz é considerado um crime grave, pois coloca em risco a vida e a integridade física e psicológica da pessoa vulnerável.

Elementos do crime

Para que o abandono de incapaz seja configurado como crime, é necessário que estejam presentes alguns elementos essenciais. Primeiramente, é preciso que a pessoa abandonada seja incapaz, ou seja, que não possua condições de se cuidar sozinha, seja por motivos de idade, doença, deficiência mental ou física.

Além disso, é necessário que o autor do crime tenha o dever legal ou contratual de cuidar do incapaz. Esse dever pode ser decorrente de uma relação de parentesco, como no caso dos pais em relação aos filhos menores de idade, ou de uma relação de tutela, curatela ou guarda.

Outro elemento importante é o abandono propriamente dito, ou seja, a conduta de deixar o incapaz desamparado, sem os cuidados necessários para sua sobrevivência e bem-estar. Esse abandono pode ser tanto físico, quando a pessoa é deixada em um local desprotegido, sem alimentação, higiene ou abrigo adequados, quanto emocional, quando é negado afeto, atenção e cuidado emocional.

Penalidades

O abandono de incapaz é considerado um crime e, portanto, está sujeito a penalidades previstas na legislação brasileira. De acordo com o artigo 133 do Código Penal, a pena para esse crime é de detenção, que pode variar de 6 meses a 3 anos.

No entanto, é importante ressaltar que a pena pode ser aumentada em algumas situações específicas. Por exemplo, se o abandono resultar em lesão corporal grave ou morte do incapaz, a pena pode ser aumentada em até metade. Além disso, se o autor do crime for ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do incapaz, a pena também pode ser aumentada.

Consequências para o incapaz

O abandono de incapaz pode ter consequências graves para a pessoa abandonada. Ela pode ficar exposta a diversos riscos, como fome, sede, doenças, acidentes, abusos físicos, emocionais e sexuais, entre outros. Além disso, o abandono pode causar danos psicológicos profundos, como traumas, ansiedade, depressão e baixa autoestima.

Essas consequências podem afetar o desenvolvimento físico, emocional e cognitivo do incapaz, comprometendo sua qualidade de vida e seu futuro. Por isso, é fundamental que a sociedade esteja atenta a casos de abandono de incapaz e denuncie essas situações às autoridades competentes.

Medidas de proteção

Para combater o abandono de incapaz, existem diversas medidas de proteção previstas na legislação brasileira. Uma delas é o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabelece direitos e garantias para crianças e adolescentes, além de prever medidas de proteção em casos de abandono.

O ECA prevê que, em situações de abandono, a criança ou adolescente deve ser encaminhado para um abrigo ou instituição adequada, onde receberá os cuidados necessários até que seja possível restabelecer sua convivência familiar ou encaminhá-lo para adoção, quando for o caso.

Além disso, é importante que a sociedade esteja atenta a sinais de abandono de incapaz e denuncie essas situações aos órgãos competentes, como o Conselho Tutelar, a Polícia Civil ou o Ministério Público. A denúncia é fundamental para garantir a proteção e o bem-estar das pessoas vulneráveis.

Conclusão

O abandono de incapaz é um crime grave que coloca em risco a vida e a integridade física e psicológica de pessoas vulneráveis. É fundamental que a sociedade esteja atenta a casos de abandono e denuncie essas situações às autoridades competentes. Medidas de proteção, como o encaminhamento para abrigos e instituições adequadas, são essenciais para garantir o bem-estar e a segurança dos incapazes. A conscientização e a responsabilização dos autores do crime são fundamentais para combater essa prática e promover uma sociedade mais justa e solidária.

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